sexta-feira, 6 de julho de 2012

Parabéns Juventude pele Apresentação!

Peça Teatral 
"O Roubo dos Talentos".
Texto de Ricardo César - 2002.
Direção de Júnior de Lima.
Apresentada pela Juventude da 1ª Igreja Batista de São Gonçalo, em 01 de julho de 2012.
Culto Dirigido pelas irmãs que fazem parte da MCA - Mulheres Cristãs em Ação.
Estas são algumas fotos da presentação que foram tiradas na Igreja.






Segue abaixo o texto da peça:



O Roubo dos Talentos


Texto: Ricardo César Alves Bezerra


(Vem cantando e tocando em cortejo. Forma a roda ainda cantando e movimentando).

TODOS – O Roubo dos talentos.

(Termina de falar, todos se agacham, menos o narrador).

NARRADOR – Bom dia Igreja, bom dia jovens, adolescentes, papais, mamães, bebês, ainda os que vão nascer...Hun, Hun (tosse engasgado, sem graça), enfim a todos!
Estamos aqui nesta bela manhã... (dá continuidade: de sol ou de chuva, ou noite se for o caso), trazendo até vocês, minutos de reflexão.
Vejamos...Exemplo (faz um giro suave).
Você, você canta pra Deus?  Amém! (se a resposta for sim. Procura outra pessoa e antes que ela possa responder se adianta).  Não?? Nem quando está sozinho, sem ninguém por perto...No banheiro?       (aponta para outra pessoa).
E você, sabe fazer alguma coisa diferente, ou igual mesmo, mas que seja um talento. – Por exemplo: dançar, tocar, pintar, pregar, cozinhar, etc, etc... Os etc’s também. Ahá! Alguma coisa você sabe fazer.
Então preste atenção nessa história.

(O narrador se agacha. O cantor entra empolgado cantando um hino).

CANTOR – Jesus, quero sempre te louvar, com todas as minhas forças. Como é bom cantar. (Continua cantando).

LADRÃO (Vai até a frente da roda esfregando as mãos; dá um sorrisinho cínico; zoa a respeito da força do cantor. Faz um sinal com a mão para o público e dirige-se até a fuxiqueira que já está em pé. Começa a incomodá-la).

CANTOR(Cantando como se tivesse esquecido do hino) Vou aproveitar e pegar a cópia do hino pra ensaiar. (sai)
FUXIQUEIRA(Com uma vassoura na mão) Ah, meu Deus! Tanto trabalho e ainda tenho que ouvir esse vizinho irritante. Que só quer saber de cantar hinos, e claro, DE-SA-FI-NA-DO. Deixa ele voltar, vai ver só.
(Para o público) É muito chato gente. Um bando de metidos que se acham cantores, tudo cacarejando. Vê só se Deus vai escutar uma coisa dessas.
Eu ainda canto alguma coisa... (cantarola) viu? Eu sou crente. E para mim tem que ser tudo certo, certinho, os pingos nos is. Tem que cantar sim, mas na igreja e com todo mundo, os hinos da Harpa Cristã (ou Cantor Cristão). Foi assim que me ensinaram, ensinaram a minha santa mãe e a minha santa avó. E tem que continuar assim. Ahh! E muito jejum e muita oração (Dá um sorriso envaidecido) Vocês acham que mantenho o meu corpinho como?...Ah esquece. Não sou eu a questão.

CANTOR(Com a cópia do hino na mão, começa a cantar – é interrompido).

FUXIQUEIRA – Para de latir, você não tem o que fazer não? Ô cabeça a minha! Claro que não, é jovem. Só pode estar desocupado.  Deixa eu trabalhar em paz. Você não canta nada, seu desafinado. Ta achando o quê? Que meu ouvido é pini (corta) Aaiii! Já estou saindo da graça. Sinal de que estou certa.

CANTOR – Desculpa, senhora. (triste, sai de cabeça baixa).

(O ladrão até então assistindo sentado, fica pulando do outro lado).

NARRADOR – É, irmãos, já viram alguma coisa assim? Vigia...

(Entra o músico tocando violão).

(O Ladrão vai até a frente, faz um sinal para o público e volta vestindo um paletó e uma gravata).

LADRÃO – A paz do Senhor, irmão!

MÚSICO – A paz do Senhor!

LADRÃO – O que você está fazendo?

MÚSICO – Tocando um hino!

LADRÃO(Sorrindo cinicamente) É mesmo? Não percebi. Que hino é esse? (vira a cabeça para o público e faz uma careta).

MÚSICO(Já inseguro, tenta explicar-se) Bem, é, bem... O hino é (cita um), estou pegando agora, sabe? (desculpando-se) ...Mas vou melhorar.

LADRÃO – Acho difícil. Será que seu chamado não é outro? (põe a mão no coração, depois na cabeça e coloca a outra mão no ombro do músico)
Olha...Estou sentindo que Deus está me dizendo que o seu chamado é... é... é pra pregar. NÃO TEM NADA A VER COM TOCAR. Isso é coisa para outras pessoas. Vá se dedicar à palavra. (saindo)

MÚSICO – Meu Deus, será verdade? Sempre quis tocar hinos para ti. Senhor, meu coração fica tão feliz quando estou tocando. Mas o teu servo falou que não é o meu chamado. (tenta se animar um pouquinho) Ah, Papai, eu queria tanto tocar.

LADRÃO (Passa por trás, falando:) Deus só quer te usar na palavra.

(Músico desiste de vez e sai triste)

NARRADOR – Crentes do céu, acho que alguém aqui já passou por isso. Continuem vigiando...Ah, Papai!!

BAILARINA(Entrando) Mãeêê, estou indo para o ensaio! (faz passos coreográficos)

LADRÃO – Agora é que ‘tá’ fácil! (faz uma careta feliz) Quer vê só? (veste o paletó e a gravata e vai até a fuxiqueira).
Como é que pode? Agora, até dança na igreja.

FUXIQUEIRA – Isso é coisa do mundo.

LADRÃO – O mundo está entrando. Entrando não, já entrou dentro da igreja.

FUXIQUEIRA – Danças sensuais!!!

LADRÃO – Cadê a visão deste povo?

FUXIQUEIRA – Queima este povo, meu Deus. Isso não é crente nem aqui nem na China.

LADRÃO – Até que é bunitinho, mais o inferno tá cheio de coisa assim.

(A vizinha sai balançando a cabeça negativamente).
          
LADRÃO – (O ladrão puxa alguém do público para o meio da roda – uma garota de preferência) Olha que coisa feia! Se pelo menos soubesse dançar. Parece uma tábua de tão dura. Você dança melhor, (apontando para a pessoa) mas se fosse coisa de crente.

(A bailarina tendo escutado sai triste)

LADRÃO – Mais um! Mais um! Mais um! (pulando)

NARRADOR – Para! Para, para, para, para!!!

(O ladrão se assusta)

LADRÃO – Quem é você?

NARRADOR – Não se faça de bobo, você sabe quem eu sou. Estou vendo tudo por aqui.

LADRÃO – O narrador... (com cara de desprezo)

NARRADOR – Você, que se acha o bambambam, tão sabido, que gosta de uma fofoca, adora acusar os outros, fazer chafurdo, brigar, tirar a paz, destruir os sonhos, roubar a alegria, matar a fé, etc, etc, etc,... Por acaso, só vive disso?

LADRÃO – Só, por quê? Tem mais alguma sugestão? (narrador faz sinal negativo) – Ah bom, pensei que sim. SOU sabido mesmo, afinal é o meu papel nessa história. Sempre estou por perto. Não vigiou, estou na área. Bobeou, estou aqui. Meu negócio é esse: roubar a visão, colocar obstáculos... fazer que tudo seja pecado para todo mundo. Assim, todo mundo critica os talentos dos outros, entristecendo os corações e destruindo os sonhos. Colocando fardos pesados – Opressão, é claro!

NARRADOR – Tá! Mas explique-se melhor, como você consegue isso?
         
LADRÃO(Sentindo-se melhor) Fácil, Fácil. A maioria não lê a bíblia. Muitos só lêem para acusar o pecado dos outros; aí, se perdem do verdadeiro sentido e direção. Aí, sou eu que tomo a direção. Eu não crio nada, sou apenas oportunista. Pra roubar é comigo mesmo. Deixo o coração destes bem distante da liberdade que um dia conseguiram através...Hum!Hum! (Se engasga) Através de uma pessoa, numa determinada cruz. (Bem baixinho)

NARRADOR – Como é esta última frase? (Não escutando)

LADRÃO – Numa determinada cruz. Há um tempinho atrás sabe? Nada de importante. (Desprezando)

NARRADOR – Xô, xô, xô! Vá embora! Agora é a minha vez de aparecer. (Vira-se para o ladrão) SO-ZI-NHO!

LADRÃO – Ih! Se liga... (Sai chateado).

NARRADOR – Viram só, queridos e queridas adiguenses ou adiguianos? (Mudar o codinome, caso esteja em outra Igreja) Opa! Já estou me empolgando.
Bem, esta é a função do ladrão, está percebendo? Então vigia...

(Entra o adorador cantando)

LADRÃO(Do outro lado e apontando) Este é o próximo.
Hei, você! ...tão feliz! É namorada nova no pedaço?

ADORADOR – Não, é Jesus na minha vida.

LADRÃO – Viiixiii! (Com a mão na cabeça, corre para o outro lado da roda e troca a roupa)
Oi! Você! Psiu! Psiu! Você não é aquele que antigamente só vivia cheio de cachaça. Até cachorro lambia tua boca?

ADORADOR – Acertou, antigamente... Hoje estou cheio do Espírito Santo. Remido e lavado pelo sangue de Jesus.

LADRÃO – Aaaiii, minha nossa senhora, estou acabado! Esse tá difícil.

(Corre em direção da fuxiqueira).

(O adorador continua cantarolando)

FUXIQUEIRA – Pára, garoto, de cantar desafinado. Isso está acabando com os meus ouvidos. Argh!

ADORADOR – Estou louvando ao meu Senhor e não para a senhora.

FUXIQUEIRA – Que rapaz mal educado. (Sai revoltada, balançando as mãos)

LADRÃO(Atônito) Meu Deus! Opss!! (Põe a mão na boca) Ele vai na direção dos jovens que eu entristeci. (Corre em direção aos jovens)

(Levantam-se os três jovens tristes)

ADORADOR – Aí galera, tudo em cima? A paz do Senhor.

OS TRÊS – Amém (fraco).

ADORADOR – Como é que é? Não entendi! Dá pra repetir?

OS TRÊS – Amém (um pouquinho mais forte).

ADORADOR – Continuo não entendendo. Dá pra repetir?

MÚSICO – Olha só, se eu tiver que repetir mais uma vez, te dou um safanão (mão erguida pra bater).

ADORADOR – Eita Jesus, que o negócio tá ruim mesmo.
              – Espera aí gente, estou brincando e vocês já estão me agredindo. O que está acontecendo de errado?

OS TRÊS – Tudo!! (revoltados e tristes)

(O ladrão nervoso rói as unhas)

ADORADOR – Um de cada vez...

MÚSICO – Eu estava tocando para o Senhor. Veio um irmão e disse que parasse com isso. Deus tinha me chamado para pregar e não para tocar. Pó, logo agora que eu comprei minha guitarra nova.

ADORADOR – Hummm! (com a mão no queixo).

BAILARINA – Eu ouvi pessoas falando mal de mim, dizendo que sou dura e que dançar, não é coisa pra crente, é coisa do mundo, é pecado.

(O cantor interrompe)

CANTOR – E eu, estou inseguro, não consigo mais cantar. Não tenho nem vontade de participar do coral. Acho que vão sorrir de mim. Parece que ninguém quer sentar mais comigo.
       Peraí... Mais eu ouvi uma piadinha pra você! Isso não te abateu? Você não está triste.

ADORADOR – Eu também passei por essa fase, até que descobri o verdadeiro sentido de ser cristão. Ei pessoal, pessoaaall, Estou aqui. (o ladrão fica tapando os ouvidos e tirando a atenção dos jovens) Ou (bate palma), O verdadeiro sentido de ser um cristão.  Ser um verdadeiro adorador. Lê a palavra, jejuar, mas principalmente obedecer à voz de Deus. Não duvide daquilo que pulsa no teu coração, quando você quer servir a Deus.Nós fomos feitos a imagem e semelhança do Deus criador. Ele mesmo criou as artes para o seu louvor.

MÚSICO – Sério?!

ADORADOR – Claro, a bíblia conta isso sem complicações. Nós é que complicamos tudo. Vejamos Davi: Gente como nós, mas homem segundo o coração de Deus. Com seus poemas e canções, viu seu cantor. Ele era homem sensível ao Espírito de Deus. Quando tocava, seu músico, afugentava o espírito mal que atormentava Saul. Esta é pra você bailarina, ele dançou com todas as suas forças, quando a arca da aliança entrou em Jerusalém. Ele não se importou com a multidão nem com as críticas. Estava diante do Deus todo poderoso, adorando-o sem restrições, e Deus o teve como verdadeiro adorador.

LADRÃO – Ah! não, agora é demais (revoltado).  

ADORADOR – Nós estamos aqui, livres pelo sacrifício e ressurreição de Jesus. Somos tabernáculos de Deus. E pra quê ouvir o inimigo dizer que não devemos agir assim, quando o nosso Deus nos ensina a adora-lo com tudo o
que temos e tudo o que somos. Ele nos escolheu assim como somos, com talentos que Ele mesmo nos concedeu.

TODOS – Então podemos prosseguir?

ADORADOR – Claro. Não só pode como deve.

NARRADOR – Stop! (A cena congela) Vem cá seu ladrão (o ladrão vem de cabeça baixa), Tá com medo é?  Se manda, dá no pé (ele sai correndo). Porque aqui temos cristãos de verdade, que amam uns aos outros e adoram a Deus sem reservas e preconceitos. (Vira-se para a platéia) Mas procuram agradar primeiro aquele que um dia morreu para que pudéssemos ter liberdade para cantarmos, gritarmos, dançarmos, pregarmos e usarmos os nossos corpos para a glória dEle. Não deixe que te roubem os sonhos, nem a alegria de servir a Deus com o que você sabe fazer de melhor.  Deus te quer assim como você é, melhorando cada dia é claro, mas assim, sendo você mesmo. Sem máscaras e mentiras. Mas um coração sincero, ensinável e adorador.
         – Podem continuar (virando-se para os jovens).

TODOS – Então vamos adorar o nosso Deus.



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